A doença cardíaca terminal é a fase mais avançada da insuficiência cardíaca, caracterizada por sintomas graves e progressivos, como falta de ar, cansaço extremo e retenção de líquidos, que persistem mesmo com os melhores tratamentos médicos disponíveis. Nesse estágio, o coração não consegue mais atender às demandas do corpo, resultando em um comprometimento significativo da qualidade de vida e frequentemente exigindo intervenções complexas ou cuidados paliativos. Para pacientes e familiares, compreender essa condição e conhecer as opções de tratamento pode ser essencial para tomar decisões informadas e enfrentar os desafios dessa fase de maneira mais serena.
O que é Doença Cardíaca Terminal?
A doença cardíaca terminal ocorre quando o coração perde sua capacidade de bombear sangue de forma eficiente, mesmo após tratamentos médicos avançados. Isso acontece, geralmente, como consequência da insuficiência cardíaca avançada, um problema que se agrava com o tempo.
Os principais sintomas incluem:
- Falta de ar intensa (mesmo em repouso);
- Cansaço extremo, dificultando atividades simples;
- Inchaço nas pernas e abdômen;
- Palpitações ou arritmias.
Estudos mostram que essa condição é mais comum em idosos, especialmente aqueles com mais de 75 anos, e que convivem com outras doenças, como diabetes, insuficiência renal ou demência. Porém, também acomete pessoas com idade inferior; Sim, pacientes mais jovens, portadores por exemplo, de cardiopatias congênitas ou hereditárias, que a depender do estágio da doença, podem evoluir para doença cardíaca terminal!
Quem está em risco?
Pacientes mais velhos e com múltiplas condições de saúde estão entre os mais afetados doença cardíaca terminal. Fatores de risco incluem:
- Idade avançada (acima de 65 anos);
- Presença de comorbidades,como diabetes e doença renal, e de doenças que surgem paralelamente, como a hipertensão pulmonar;
- Internações frequentes devido à progressão da insuficiência cardíaca.
Pacientes acima de 85 anos que apresentam três ou mais doenças associadas têm maior probabilidade de complicações graves e menor sobrevida.
Tratamentos disponíveis: existe solução?
Apesar da gravidade da doença, existem tratamentos que podem ajudar a melhorar a qualidade de vida e até prolongar a sobrevida. Entre as opções mais avançadas estão:
1. Dispositivos de Assistência Ventricular Esquerda:
Esses dispositivos ajudam o coração a bombear sangue de forma mais eficiente. Eles podem prolongar a vida em 2 a 8 anos, mas exigem monitoramento constante e podem causar complicações.
2. Transplante Cardíaco:
Para pacientes mais jovens e em condições clínicas adequadas, o transplante de coração é uma opção. Ele pode oferecer uma sobrevida média de 15 anos, mas nem todos são elegíveis.
É importante destacar que essas terapias, embora promissoras, não são acessíveis ou viáveis para todos. Em muitos casos, o foco passa a ser o cuidado paliativo, que prioriza o conforto do paciente.
Expectativa de vida: o que esperar?
A sobrevida de pacientes com insuficiência cardíaca avançada varia de acordo com a idade, e até 25% dos pacientes com IC avançada morrem de condições não relacionadas a sua doença cardíaca https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa032423. Fatores que influenciam nessa sobrevida são doenças associadas e os tratamentos realizados;
- Pacientes que usam dispositivos como o CDI (Cardiodesfibrilador Implantável) podem evitar mortes súbitas, mas ainda enfrentam altas taxas de mortalidade geral.
- Em pessoas com mais de 75 anos e múltiplas comorbidades, a expectativa de vida média pode ser de menos de um ano.
Por mais difícil que seja discutir essas questões, elas são fundamentais para planejar o cuidado e alinhar expectativas.
Como lidar com a Doença Cardíaca Terminal?
Se você ou alguém próximo está enfrentando essa condição, lembre-se de que não é preciso passar por isso sozinho. Converse com sua equipe médica; entenda todas as opções de tratamento e seus objetivos, e em decisão conjunta com seu médico considere cuidados paliativos; esses cuidados focam no alívio dos sintomas e na melhoria da qualidade de vida.