Risco cardiovascular na Menopausa: entenda a relação entre a redução do estrogênio e a saúde do coração

Durante a menopausa, os níveis de estrogênio—a principal proteção hormonal contra doenças cardiovasculares—caem drasticamente. Essa queda tem um impacto direto no risco cardiovascular na menopausa, aumentando significativamente a probabilidade das mulheres desenvolverem condições como hipertensão, infarto agudo do miocárdio e insuficiência cardíaca.

Como o risco cardiovascular na Menopausa aumenta com a queda do estrogênio

1. Rigidez Vascular 

O estrogênio é fundamental para manter a flexibilidade dos vasos sanguíneos, promovendo a produção de óxido nítrico, uma substância que relaxa e dilata os vasos. Esse processo é essencial para manter a pressão arterial em níveis saudáveis. Com a menopausa, a redução do estrogênio leva a uma diminuição na produção de óxido nítrico, resultando em vasos sanguíneos mais rígidos e menos capazes de se dilatar. Essa rigidez vascular aumenta a resistência ao fluxo sanguíneo, contribuindo para a hipertensão arterial, um dos principais fatores que elevam o risco cardiovascular na menopausa.

2. Alterações no Perfil Lipídico 

O estrogênio também influencia positivamente o perfil lipídico. Durante a fase fértil, ele promove o aumento do colesterol HDL (o “bom” colesterol) e a redução do colesterol LDL (o “mau” colesterol). Com a menopausa, a queda do estrogênio causa uma piora nesse perfil lipídico: os níveis de LDL aumentam enquanto o HDL diminui. Esse desequilíbrio eleva o risco de formação de placas de aterosclerose nas artérias, aumentando o risco cardiovascular na menopausa e predispondo a eventos graves, como infarto do miocárdio.

3. Acúmulo de Gordura Abdominal 

Outro efeito significativo da queda de estrogênio é a redistribuição da gordura corporal. Antes da menopausa, o estrogênio facilita a deposição de gordura em áreas como quadris e coxas. Com a menopausa, ocorre um aumento no acúmulo de gordura visceral, que se concentra em torno dos órgãos abdominais. Essa gordura visceral está associada a um estado inflamatório crônico e à resistência à insulina, ambos fatores que elevam o risco cardiovascular na menopausa.

A  Ciência por trás disso…

Estudos científicos apoiam essa ligação entre a menopausa e o aumento do risco cardiovascular. Um estudo publicado no Journal of the American Heart Association demonstrou que a menopausa precoce está associada a um risco 20% maior de desenvolver doenças cardíacas. Na mesma linha, um outro estudo publicado no Journal of the American College of Cardiology em 2018 também explorou como a incidência de hipertensão ocorre mais em mulheres do que em homens, após os 50 anos; revelando a contribuição da menopausa para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.Essas informações destacam a importância de prestar atenção ao risco cardiovascular na menopausa

Sinais e Sintomas de Doença Arterial Coronariana (DAC) nas Mulheres

A DAC é uma das principais causas de morbidade e mortalidade entre as mulheres; sendo o Infarto Agudo do Miocárdio uma das complicações mais graves da DAC. Por isso, é crucial estar atenta aos sinais de doença arterial coronariana em mulheres, especialmente durante a menopausa, quando o risco cardiovascular aumenta significativamente. Os sintomas em mulheres podem ser diferentes daqueles observados em homens, apresentando-se de forma atípica. Alguns desses  sinais que podem indicar problemas cardíacos são:

  • Fadiga extrema e inexplicável
  • Falta de ar
  • Náuseas ou vômitos
  • Desconforto no peito

Como Minimizar o Risco Cardiovascular na Menopausa

As alterações fisiopatológicas descritas—rigidez vascular, piora do perfil lipídico e aumento da gordura visceral—criam um ambiente propício para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares em mulheres após a menopausa. No entanto, é importante destacar que, apesar do aumento do risco cardiovascular na menopausa, existem estratégias eficazes para reduzir esse risco. Fazer check-ups médicos frequentes e manter um estilo de vida saudável, incluindo uma dieta equilibrada e atividade física regular, pode ajudar a mitigar os efeitos negativos da menopausa no coração. Esse estudo, por exemplo, publicado no The New England Journal of Medicine mostrou que entre as mulheres de meia-idade, que não estavam acima do peso, que mantinham uma dieta saudável e que praticavam exercícios moderados/intensos 30 min por dia,  apresentaram um risco muito baixo de doença coronariana.

Se você está entrando na menopausa ou já está nessa fase, é essencial discutir com sua médica o risco cardiovascular na menopausa, considerando fatores específicos que muitas vezes passam despercebidos, como a saúde dos vasos sanguíneos e a presença de inflamações silenciosas. Para uma gestão eficaz da saúde cardiovascular durante a menopausa, é fundamental um acompanhamento coordenado entre sua cardiologista e sua ginecologista. Este cuidado integrado pode ajudar a identificar e tratar precocemente os riscos, garantindo uma proteção mais eficaz para o seu coração durante essa fase crucial da vida.

 

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Sobre o Autora

Dra. Mônica Figueredo - cardiologia em São Paulo

Dra. Mônica Figueredo

No blog da Dra. Mônica Figueredo, descubra como prevenir e tratar doenças cardíacas com dicas e orientações especializadas.

 

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